terça-feira, 11 de março de 2008

Poço

Os cocheiros obrigavam os cavalos a dar umas voltas a passo para os refrescar antes de lhes darem de beber, os criados estendiam as toalhas sobre a palha que ficara da debulha, no pequeno rectângulo de sombra projectado pelo edifício. Comeram junto do solícito poço. Em volta, o campo fúnebre ondulada, amarelo de restolhos, negro de barbas de espigas calcinadas; o lamento das cigarras enchia o céu; era como o estertor de uma Sicília queimada que em finais de Agosto esperava em vão pela chuva.

O Leopardo
G. Tomasi di Lampedusa
A Ler por aí... na Sicília, Itália

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