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segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Antigamente

Tudo aconteceu muito perto de casa da minha AvóAgnette, mais conhecida na PraiaDoBispo por AvóDezanove.
Foi num tempo que os mais-velhos chamam de antigamente.

AvóDezanove e o Segredo do Soviético
Ondjaki
A Ler por aí... na Praia do Bispo (Luanda), em Angola

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Machrabiyya

A machrabiyya situava-se diante da fonte de Bain e-Qasrain. Por baixo, cruzavam-se a Rua de en-Nahhasin, que desce para sul, e a Rua de Bain el-Qasrain, que sobe para norte. À esquerda, a via parecia estreita e sinuosa, veladapor trevas que se condensavam na parte superior, ao longo das janelças das casas adormecidas, e que, mais abaixo, se descerravam devido às lâmpadas dos carros de mão, aos candeeiros dos cafés e algumas lojas que se mantinham abertas até de madrugada. À direita, onde não existiam cafés e onde as grandes lojas, cedo, fechavam as suas portas, o caminho embrenhava-se na noite. Aí, tirando os minaretes de Qalawun e Barquq, que emergiam quais visões de gigantes despertos sob as estrelas coruscantes, nada mais prendia a atenção.

Foto de Wael Hamdam retirada do site Usefilm


Entre os Dois Palácios
Naguib Mahfouz
A Ler por aí... no Cairo, Egipto

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Mahalapye

Mahalapye era uma vila de cabanas dispersas feitas de tijolos castanhos de lama seca ao sol e alguns edifícios com telhado de zinco. Estes pertenciam ao Governo ou aos Caminhos-de-Ferro e, para nós, representavam um luxo distante e inatingível. Havia uma escola gerida por um velho pastor anglicano e uma mulher branca com o rosto meio arruinado pelo sol. Ambos falavam setswana, o que era invulgar, mas ensinavam-nos em inglês, insistindo, sob pena de chicotadas, que deixássemos a nossa própria língua lá fora no recreio.
Do outro lado da estrada começava a planície que se estendia até ao Calahari. Era uma região incaracterística, juncada de acácias baixas em cujos ramos se empoleiravam os calaus e os irrequietos molopes com as suas longas penas da cauda a arrastar. Era um mundo que parecia não ter fim, e isso, penso eu, era o que tornava a África tão diferente nesses tempos. Não tinha fim. Um homem podia caminhar, ou cavalgar, eternamente, e nunca chegar a lado nenhum.

A Agência Nº1 de Mulheres Detectives
Alexander McCall Smith
A Ler por aí... no Botuana

domingo, 6 de julho de 2008

Uma boa mulher

Ela era uma boa detective e uma boa mulher. Uma boa mulher num país bom, poderia dizer-se. Amava o seu país, o Botsuana, que é um lugar de paz, e amava a África, apesar de todas as suas provações. "Não me envergonho que me chamem patriota africana", dizia Mma Ramotswe. "Amo todos os povos que Deus fez, mas sei como amar especialmente os povos que vivem neste sítio. São o meu povo, os meus irmãos e as minhas irmãs. É meu dever ajudá-los a solucionar os mistérios existentes nas suas vidas. É o que fui chamada a fazer."

A Agência Nº1 de Mulheres Detectives
Alexander McCall Smith
A Ler por aí... no Botsuana