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quinta-feira, 6 de março de 2008

Conventos de Palermo

A estrada descia ligeiramente e ali perto já se via Palermo totalmente às escuras. As casas baixas e amontoadas pareciam esmagadas pelo volume desmedido dos conventos; eram às dezenas, todos enormes, muitos deles reunidos em grupos de dois ou três, conventos de homens e de mulheres, conventos ricos e conventos pobres, conventos nobres e conventos plebeus, conventos de Jesuítas, de Beneditinos, de Franciscanos, de Capuchinhos, de Carmelitas, de Redentoristas, de Agostinhos... Pálidas cúpulas d curvas imprecisas semelhantes a seios vazios de leite erguiam-se ainda mais alto, mas eram eles, os conventos, que conferiam à cidade a sua tristeza e o seu carácter, o seu decoro e ao mesmo tempo aquela sensação de morte que nem a frenética luz siciliana conseguia dissipar. Àquela hora, já quase noite cerrada, eram eles os déspotas da paisagem.

O Leopardo
G. Tomasi di Lampedusa
A Ler por aí... na Sicília, Itália