quinta-feira, 14 de julho de 2011

Casas antigas

"Júlia criou-se numa casa espaçosa, de rés-do-chão e primeiro andar. Além de quartos, salas e cozinha, tinha quintal. E recantos que hoje ninguem lembra: o esconso dos baús, a carvoeira, o poial dos potes. Varandas para namorar. Sótão para as conspirações.
Houve casas assim, ao longo das ruas de Lisboa.
Acomodavam famílias de posses médias. Como a de Júlia."

Ler por aí... em Janeiro 2012

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Sugestão de Abril 2011: Venenos de Deus, Remédios do Diabo, de Mia Couto.

Ler por aí... em Pemba, Moçambique.


Baseando-se em apenas uma referência espacial concreta, pode especular-se que esta história se passa numa aldeia - Vila Cacimba, aldeia imaginária - perto de Pemba (antiga) Porto Amélia, na costa Norte de Moçambique. É em Porto Amélia que o negro Bartolomeu Sozinho afirma, com orgulho, ter ingressado ao serviço da Companhia Colonial de Navegação.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Ler por aí...Gabriel García Márquez

Quem viajar para a Colômbia pode seguir a rota garciamarquiana, através do guia Las rutas de García Márquez, em Cartagena (Librería Nacional ou Librería Ábaco) ou em Barranquilla (Librería Nacional). Este guia é o resultado de duas escolas de Verão na Universidade Tecnológica de Bolívar.


terça-feira, 15 de março de 2011

Terreiros

"Em Vila Cacimba toda a via pública é privada, espaço de intimidades expostas, as moças trançando cabelos, as milheres cozinhando, meninos defecando. Aqui e além, homens varrem os quintais com vassouras feitas de folhas de palmeira. Por que é que aqui, no meio de tão vastas poeiras indígenas, se varrem tanto os terreiros?O português não sabe a resposta. Em Cacimba, o quintal não é fora: é um assoalhado, uma parte da casa. Nem o médico suspeita o quanto ele está pisando em territórios sagrados, devassando intimidades familiares."

Ler por aí... em Março 2011

terça-feira, 1 de março de 2011

Ler por aí... no Cáucaso, com o Senhor Calouste Gulbenkian

Até 3 de Abril, pode visitar-se, na sala de exposições temporárias do Museu Calouste Gulbenkian, a exposição de fotografia Caucase - Souvenirs de Voyage, de Pauliana Valente Pimentel e Sandra Rocha. Esta exposição apresenta os registos da viagem que as duas fotógrafas realizaram, seguindo o trajecto que o empresário realizou em 1891, e que documenta em La Transcaucasie et la Péninsule d'Apchéron - Souvenirs de Voyage, obra que foi apresentada aquando da inauguração da exposição, em 27 de Janeiro. As fotografias expostas estão também reunidas em livro, publicadas pelo Museu Gulbenkian.


quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Próximo sábado: Hora do Conto na Tapada de Mafra

Tragam os vossos filhos, sobrinhos, filhos dos amigos e dos vizinhos, para ouvir contar esta história ternurenta, com um ouriço e um coelho que não sabem em que dia fazem anos - mas isso não interessa.

25-02-2011, às 11:00
Ler por aí... na floresta.


segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Ler por aí... na Ásia - Conferências no Museu do Oriente

Ao longo de 2011, o Museu do Oriente, em colaboração com o Instituto de Estudos Orientais da Universidade Católica, propõe-nos A Ásia em Livros, uma série de conferências sobre livros incontornáveis de diversos especialistas em estudos asiáticos. No Centro de Documentação António Alçada Baptista, Fundação Oriente.




terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Funchal I

A campainha pareceu ecoar longamente, desdobrando sons no interior de um vasto espaço vazio. No passeio, aguardando que lhe abrissem a grande porta pintada de verde-escuro, Carlota reviu, de súbito, trazida milagrosamente pelas memórias da infância, a imagem de um austero pátio empredado a preto e branco, de tecto em abóbada, paredes altas e um óculo rasgado, ao fundo, por onde jorrava o sol e se avistavam copas largas de árvores.
...
E foi mirando em volta e reencontrando os canapés de vinhático e palhinha, juncados de almofadas, as cantoneiras pejadas de pequenas peças de Sèvres e Dresden, as amplas cadeiras de braços, as avencas luxuriantes em vasos de porcelana e, até o espelho, um espelho enorme, de exuberante moldura dourada, que tanto a deslumbrara no passado.

Ler por aí... em Janeiro 2011
Ilhas Contadas [O Rapto Segundo Teodora]
Helena Marques

Horta

A cidade acolhe-se ao seu habitual tecto de nuvens, de onde brota uma poalha húmida que não chega a ser chuva, mas deixa gotículas brilhantes sobre os cabelos, as roupas, as plantas, os automóveis. Como fez ontem e repetirá amanhã, Lúcia dirige-se a casa da tia Maria da Luz para acompanhá-la até à hora do jantar.
...
Os livros constituem o departamento de Lúcia, é ela quem lê para a tia, sobretudo quem relê, já que Maria da Luz prefere reler os livros que amou toda a vida, livros que ambas conhecem quase de cor, mas em que sempre acabam por fazer pequenas, preciosas descobertas.
...
«Quer que leia, tia?»
Maria da Luz sorri e faz um aceno de concordância.
Lúcia abre Mau Tempo no Canal, na página assinalada pelo marcador. Muitos anos antes, a tia havia-lhe falado da incomodidade e da ofendida reprovação com que fora recebido, nalguns sectores da vida faialense, o livro de Vitorino Nemésio.

Ler por aí... em Janeiro 2011
Ilhas Contadas [Os Despojos]
Helena Marques

Foto retirada do site Mapa de Portugal

Iona

Camila e eu gostamos de vaguear pelos claustros, cada um sentindo a insubstituível companhia do outro e saboreando juntos cada momento vivido nesta ilha, em cuja sedução se funde a prodigiosa história de fé cumprida pela vontade do homem que elegeu Iona, minúsculo ponto nos mapas, para base de lançamento da desmedida grandeza do seu sonho.
...
A medida do tempo em Iona deixa-nos perplexos. As horas parecem lentas e generosas, distendidas, mas afinal, quando um inesperado desejo nos compele a consultar a agenda, verificamos que já passaram demasiados dias dos sete de que dispunhamos.

Ler por aí... em Janeiro 2011
Ilhas Contadas [Regresso a Iona]
Helena Marques

Foto retirada do site Staffhouse

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Votemos nos Prémios de Edição LER/Booktailors

Por aí... a merecer destaque: É o terceiro ano que a edição portuguesa celebra os melhores, e a segunda vez que o faz na Correntes d'Escritas. A votação dos leitores tem um peso de 20% na escolha final.


sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Ler por aí... em Janeiro: Ilhas Contadas, de Helena Marques

Ler por aí... numa ilha


Em Ilhas Contadas contamos dez ilhas, em dez contos. Dez contos sim, dez ilhas não. Oito ilhas, uma vez que a Ilha da Madeira, e o Funchal, são cenário de três destas histórias. Helena Marques não nasceu no Funchal, mas ali viveu toda a infância e juventude.