domingo, 10 de maio de 2020
Ler por aí... em São Paulo, Brasil: Quarto de Despejo, de Carolina Maria de Jesus
É o livro de Maio de 2020 no Ler por aí...
Primeiro parágrafo do livro:
"15 de julho de 1955 Aniversário de minha filha Vera Eunice. Eu pretendia comprar um par de sapatos para ela. Mas o custo dos generos alimeticios nos impede a realização dos nossos desejos. Atualmente somos escravos do custo de vida. Eu achei um par de sapatos no lixo, lavei e remendei para ela calçar."
O artigo que publicámos no website lerporai.com:
"No Quarto do despejo, a autora Carolina Maria de Jesus apresenta-nos constantemente uma visão dicotômica sobre a cidade e a favela usando uma linguagem crua e directa, razão pela qual a sua obra foi escolhida como livro de destaque do mês de Maio."
Continue a ler aqui: https://lerporai.com/sao-paulo-brasil/
Texto da autoria da Luana Loria.
Divirta-se a Ler por aí...
terça-feira, 11 de fevereiro de 2020
Playlist para Ler por aí... na Noruega
Em Fevereiro, quem visitar o Ler por aí... Café poderá escutar música Sami. Mari Boine é a mais reconhecida cantora Sami.
Ler por aí... na Noruega: Mistérios, de Knut Hamsun
segunda-feira, 20 de janeiro de 2020
Ler por aí... em Trinidad y Tobago, nas Caraíbas: Uma Casa para Mr. Biswas, de V. S. Naipaul
Uma casa para Mr. Biswas – A House for Mr. Biswas, no original – foi um dos primeiros livros escritos por V. S. Naipul e foi o que lhe trouxe notoriedade, apesar de dois dos anteriores (The Mystic Masseur e Miguel Street) já terem ganho prémios. O livro é bastante autobiográfico – a personagem de Mr. Biswas inspira-se no pai de Naipaul. É uma declaração de amor, escrita com a mistura de ironia e ternura, distância e empatia que caracteriza Naipaul e lhe valeu o Booker Prize, o Nobel e uma série de outros prémios.
Ler mais...
quinta-feira, 15 de agosto de 2013
Livro novo
"Estás para começar a ler o novo romance Se numa noite de Inverno um viajante de Italo Calvino. Descontrai-te. Recolhe-te. Afasta de ti todos os outros pensamentos. Deixa esfumar-se no indistinto o mundo que te rodeia. A porta é melhor fechá-la; lá dentro a televisão está sempre acesa. Diz aos outros: «Não, não quero ver televisão!» Levanta a voz, senão não te ouvem: «Estou a ler! Não quero que me incomodem!» Não devem ter ouvido, com aquele barulho todo; fala mais alto, grita: «Estou a começar a ler o novo romance de Itlo Calvino!» Ou se não quiseres não digas nada; esperemos que te deixem em paz."
Italo Calvino, Se numa noite de Inverno um viajante
Italo Calvino, Se numa noite de Inverno um viajante
quinta-feira, 11 de julho de 2013
Laguna
"Durante a visita turística à laguna pode-se nadar ao lado de tartarugas marinhas, raias e tubarões em cativeiro no interior de uma reserva natural marinha."
Haviam-se inscrito nesta visita muitos turistas provenientes de todos os hotéis de Bora Bora: eu, porém, era a única que ia sozinha. Por mais que olhasse em meu redor, os outros eram todos franceses e italianos reunidos em pequenas comitivas formadas nos respectivos hotéis. Japoneses nem um. A coisa não me preocupava por aí além, todavia - pequena de estatura como sou - o fact de estar na fila no meio daquela confusão fazia-me sentir um pouco deslocada. Depois de todos terem sido distribuídos pelos vários grupos, chegou finalmente a minha vez.
Ler por aí... em Julho 2013
Haviam-se inscrito nesta visita muitos turistas provenientes de todos os hotéis de Bora Bora: eu, porém, era a única que ia sozinha. Por mais que olhasse em meu redor, os outros eram todos franceses e italianos reunidos em pequenas comitivas formadas nos respectivos hotéis. Japoneses nem um. A coisa não me preocupava por aí além, todavia - pequena de estatura como sou - o fact de estar na fila no meio daquela confusão fazia-me sentir um pouco deslocada. Depois de todos terem sido distribuídos pelos vários grupos, chegou finalmente a minha vez.
Ler por aí... em Julho 2013
segunda-feira, 27 de maio de 2013
Ler por aí... ao ouvido: rescaldo do baile de slows
Duas cadeiras vermelhas, colocadas lado a lado mas viradas uma para a outra, como as antigas conversadeiras. Uma mesa ao lado, com vários livros, marcados com post-its coloridos.
As cadeiras estão colocadas no quintal de um lavadouro público, onde ainda se lava e estende roupa, e se conversa. Lavam-se e estendem-se intimidades.
Dou início às minhas manobras de sedução com um senhor de bastante idade. Convido-o a ocupar a cadeira junto à mesa, e sento-me na outra. Peço-lhe que se aproxime um pouco mais de mim. Quando os nossos corpos se tocam em vários pontos, vejo a sua expressão deliciada.
Peço-lhe que escolha um livro, e abro-o numa das páginas assinaladas. Enquanto lhe leio ao ouvido, percebo que fecha os olhos, e me toca no braço com uma das mãos. No fim, abre os olhos, a sorrir, e a sua mão mantém-se no meu braço. Trocamos mais algumas palavras, conta-me da sua paixão por bethoven e rachmaninov, enquanto aguenta o seu olhar no meu e a sua mão no meu braço. A sedução foi mútua. Adorei estar com aquele senhor e partilhar com ele palavras de amor. Ele renasceu, voltou a ser sedutor, reviveu velhas sensações, que talvez não sentisse há anos.
A seguir aproxima-se uma mulher. Peço-lhe que escolha um livro e abro-o numa das páginas marcadas. Leio-lhe ao ouvido um pequeno texto. Com os olhos fechados, pede que continue, e acabo por lhe ler quatro textos. A seguir, começa a recitar um poema em inglês. É meu, diz ela. Fico maravilhada.
Vem um jovem adolescente à cadeira vermelha, e leio-lhe ao ouvido um texto ousado muito curto, que o deixa embaraçado.
Uma mulher senta-se a seguir na cadeira vermelha, mas numa posição diferente. Ela senta-se de lado, encostada ao espaldar da minha cadeira, e falo para o ouvido dela enquanto estamos ambas voltadas na mesma direcção. Percebo que há todo um kama sutra para os sussuros.
A alguns, convidei no quintal para virem comigo, para lhes dizer "umas coisas" ao ouvido, e pedia-lhes que me seguissem até às cadeiras vermelhas. Outros aproximaram-se de mim no quintal, e perguntaram-me ao ouvido se lhes queria sussurrar.
A alguns, li textos escolhidos pelo acaso, a outros, textos escolhidos por mim, especialmente para a pessoa que tinha perante mim. Li confissões de amores para ser, lembranças de amores antigos, li dores de amores perdidos, e convites, vários convites que fazem sonhar.
Senti o outro muito próximo, senti o toque e o calor. Criei intimidade, fiz sonhar, dei e recebi. Com cada um dos meus pares, criei um momento e uma intimidade diferente, em que cada um de nós se sentiu único e especial.
As cadeiras estão colocadas no quintal de um lavadouro público, onde ainda se lava e estende roupa, e se conversa. Lavam-se e estendem-se intimidades.
Dou início às minhas manobras de sedução com um senhor de bastante idade. Convido-o a ocupar a cadeira junto à mesa, e sento-me na outra. Peço-lhe que se aproxime um pouco mais de mim. Quando os nossos corpos se tocam em vários pontos, vejo a sua expressão deliciada.
Peço-lhe que escolha um livro, e abro-o numa das páginas assinaladas. Enquanto lhe leio ao ouvido, percebo que fecha os olhos, e me toca no braço com uma das mãos. No fim, abre os olhos, a sorrir, e a sua mão mantém-se no meu braço. Trocamos mais algumas palavras, conta-me da sua paixão por bethoven e rachmaninov, enquanto aguenta o seu olhar no meu e a sua mão no meu braço. A sedução foi mútua. Adorei estar com aquele senhor e partilhar com ele palavras de amor. Ele renasceu, voltou a ser sedutor, reviveu velhas sensações, que talvez não sentisse há anos.
A seguir aproxima-se uma mulher. Peço-lhe que escolha um livro e abro-o numa das páginas marcadas. Leio-lhe ao ouvido um pequeno texto. Com os olhos fechados, pede que continue, e acabo por lhe ler quatro textos. A seguir, começa a recitar um poema em inglês. É meu, diz ela. Fico maravilhada.
Vem um jovem adolescente à cadeira vermelha, e leio-lhe ao ouvido um texto ousado muito curto, que o deixa embaraçado.
Uma mulher senta-se a seguir na cadeira vermelha, mas numa posição diferente. Ela senta-se de lado, encostada ao espaldar da minha cadeira, e falo para o ouvido dela enquanto estamos ambas voltadas na mesma direcção. Percebo que há todo um kama sutra para os sussuros.
A alguns, convidei no quintal para virem comigo, para lhes dizer "umas coisas" ao ouvido, e pedia-lhes que me seguissem até às cadeiras vermelhas. Outros aproximaram-se de mim no quintal, e perguntaram-me ao ouvido se lhes queria sussurrar.
A alguns, li textos escolhidos pelo acaso, a outros, textos escolhidos por mim, especialmente para a pessoa que tinha perante mim. Li confissões de amores para ser, lembranças de amores antigos, li dores de amores perdidos, e convites, vários convites que fazem sonhar.
Senti o outro muito próximo, senti o toque e o calor. Criei intimidade, fiz sonhar, dei e recebi. Com cada um dos meus pares, criei um momento e uma intimidade diferente, em que cada um de nós se sentiu único e especial.
quinta-feira, 2 de maio de 2013
quarta-feira, 1 de maio de 2013
Os próximos meses no Ler por aí...
16 de Maio, 21:30 GA[LER]!A
Uma atividade ao fim do dia no Teatro Café - o bar do Teatro de Carnide. Conversa, leituras e livros para a troca com O Papagaio de Flaubert, de Julian Barnes, para Ler por aí... em Rouen, França.
23 de Maio, 18:30 Fim de Tarde RE-EDIÇÃO
O Leopardo em ambiente palaciano, com leitura do livro de Lampedusa, e visionamento do filme de Visconti.
Uma atividade ao fim do dia no Teatro Café - o bar do Teatro de Carnide. Conversa, leituras e livros para a troca com O Papagaio de Flaubert, de Julian Barnes, para Ler por aí... em Rouen, França.
23 de Maio, 18:30 Fim de Tarde RE-EDIÇÃO
O Leopardo em ambiente palaciano, com leitura do livro de Lampedusa, e visionamento do filme de Visconti.
5 de Junho, 18:00 GA[LER]!A
Uma edição especial da ga[ler]ia, na Feira do Livro de Lisboa. Como é habitual, uma sessão de conversa, leituras e livros para a troca, desta vez com Malcom Lawry, Através do Canal do Panamá. Haverão descontos na feira para os participantes.
Uma edição especial da ga[ler]ia, na Feira do Livro de Lisboa. Como é habitual, uma sessão de conversa, leituras e livros para a troca, desta vez com Malcom Lawry, Através do Canal do Panamá. Haverão descontos na feira para os participantes.
15 de Junho, 15:00 Percurso Literário NOVA DATA
Seguir Júlia, personagem da Lisboa Republicana criada por Filomena Marona Beja, em As Cidadãs, entre a Graça e o Beato.
Seguir Júlia, personagem da Lisboa Republicana criada por Filomena Marona Beja, em As Cidadãs, entre a Graça e o Beato.
21 de Junho, 22:00 Percurso Noctívago-Literário
Os lugares e as confissões de Nuno Bragança, lendo A Noite e o Riso por Lisboa, ao luar.
Os lugares e as confissões de Nuno Bragança, lendo A Noite e o Riso por Lisboa, ao luar.
29 de Junho, 13 e 27 de Julho, 15:00 Percursos Literários NOVAS DATAS
Um ciclo de percursos literários dedicado ao Aqueduto das Águas Livres, com as obras Nove Mil Passos de Pedro de Almeida Vieira, Deixem Passar o Homem Invisível de Rui Cardoso Martins e, para as crianças, Uma Aventura em Lisboa, de Isabel Alçada e Ana Maria Magalhães.
Um ciclo de percursos literários dedicado ao Aqueduto das Águas Livres, com as obras Nove Mil Passos de Pedro de Almeida Vieira, Deixem Passar o Homem Invisível de Rui Cardoso Martins e, para as crianças, Uma Aventura em Lisboa, de Isabel Alçada e Ana Maria Magalhães.
4 de Julho, 18:30 Degustação
Em vários lugares do planeta os vulcões criam condições para o desenvolvimento de extraordinários vinhos. Conhecer os vinhos vulcânicos, aprender a provar, partilhar memórias e sensações geradas pelo estímulo da prova.
Em vários lugares do planeta os vulcões criam condições para o desenvolvimento de extraordinários vinhos. Conhecer os vinhos vulcânicos, aprender a provar, partilhar memórias e sensações geradas pelo estímulo da prova.
11 de Julho, 18:30 GA[LER]!A
Uma sessão de conversa, leituras e livros para a troca, desta vez com Arco-Íris, narrativa passadaentre Tóquio e o Hawaii de Banana Yashimoto. No Espaço Bento Martins.
Uma sessão de conversa, leituras e livros para a troca, desta vez com Arco-Íris, narrativa passadaentre Tóquio e o Hawaii de Banana Yashimoto. No Espaço Bento Martins.
19 de Julho, 20:30 Jantar
Uma Noite de Bloggers será ponto de encontro de bloggers literários e dos seus seguidores.
Uma Noite de Bloggers será ponto de encontro de bloggers literários e dos seus seguidores.
quarta-feira, 30 de janeiro de 2013
terça-feira, 29 de janeiro de 2013
Ler por aí... em Fevereiro 2013
"O vento, que é um pincha-no-crivo devasso e curioso, penetrou na camarata, bufou, deu um abanão. O estarim parecia deserto. Não senhor, alguem dormia meio encurvado, cabeça para fora no seu decúbito, que se agitou molemente. Volveu a soprar. Buliu-lhe a veste, deu mesmo um estalido em sua tela semi-rígida e imobilizou-se. Outro sopro. Desta vez, o pinhão, como um pretinho da Guiné de tanga a esvoaçar, liberou-se da cela e pulou no espaço. Que pára-quedista!"
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