Confesso que leio pouca poesia. Mesmo nos encontros de poesia que frequentava - quando havia encontros de poesia, na outra vida - partilhava sempre excertos de prosa, mas que para mim tinham poesia. Nos Poetas do Povo, na Poesia à Deriva e, mais recentemente, no Magma LX, que começou no nosso espaço.
domingo, 21 de março de 2021
Poesia para Ler por aí...
sexta-feira, 19 de março de 2021
Ler por aí... em Março: Hamburgo, na Alemanha
Gaivotas em terra, dizem, tempestade no mar. No caso da gaivota Kengah, tratou-se de uma tempestade negra: foi uma maré negra de petróleo que a forçou a ir para terra e quase a matou. Uma maré negra no Mar do Norte, junto à foz do rio Elba, na Alemanha, ponto de encontro de rotas migratórias das gaivotas.
Continue a ler o artigo no lerporai.com.
Divirta-se a Ler por aí...
quinta-feira, 4 de março de 2021
Ler por aí... em Março: Hamburgo, na Alemanha
O livro que propomos para Março começa assim:
Boas leituras!
Ler por aí...
Livros e leituras para viajar
segunda-feira, 1 de março de 2021
Acaba de sair: os 6 melhores textos em lerporai.com
Acaba de sair esta compilação de viagens literárias, que compus com dedicação e carinho para quem se juntar a nós.
Neste pequeno livrinho para guardar, tem o melhor do Ler por aí… até à data.
Seleccionados pelo público
Dos artigos publicados desde 2006, e destes, apenas os que foram escritos por mim, seleccionámos os seis com maior número de visitantes. Este foi o critério: uma escolha do nosso público.
De mais de cinquenta artigos publicados, sobre mais de cinquenta livros e mais de cinquenta lugares, espalhados pelos cinco continentes, pelos sete mares e por lugares da imaginação, o nosso público de seguidores dá preferência a Portugal e aos autores portugueses.
A diversidade geográfica do nosso trabalho não está reflectida nesta selecção. A diversidade de linguagens e géneros, sim. Por isso, depois de percorrer estes caminhos, convido-o a explorar outros mundos, com outras leituras, no mapa do Ler por aí…
Obrigada por estar connosco.
Divirta-se a Ler por aí…
© Ler por aí… (2021)
P.S. Quem nos segue há mais tempo, irá receber um email onde pode também descarregar este documento, como agradecimento pelo apoio.
segunda-feira, 11 de maio de 2020
Playlist para Ler por aí... em São Paulo, Brasil
Trem das Onze, por Adoniran Barbosa (1964):
domingo, 10 de maio de 2020
Ler por aí... em São Paulo, Brasil: Quarto de Despejo, de Carolina Maria de Jesus
É o livro de Maio de 2020 no Ler por aí...
Primeiro parágrafo do livro:
"15 de julho de 1955 Aniversário de minha filha Vera Eunice. Eu pretendia comprar um par de sapatos para ela. Mas o custo dos generos alimeticios nos impede a realização dos nossos desejos. Atualmente somos escravos do custo de vida. Eu achei um par de sapatos no lixo, lavei e remendei para ela calçar."
O artigo que publicámos no website lerporai.com:
"No Quarto do despejo, a autora Carolina Maria de Jesus apresenta-nos constantemente uma visão dicotômica sobre a cidade e a favela usando uma linguagem crua e directa, razão pela qual a sua obra foi escolhida como livro de destaque do mês de Maio."
Continue a ler aqui: https://lerporai.com/sao-paulo-brasil/
Texto da autoria da Luana Loria.
Divirta-se a Ler por aí...
terça-feira, 11 de fevereiro de 2020
Playlist para Ler por aí... na Noruega
segunda-feira, 20 de janeiro de 2020
Ler por aí... em Trinidad y Tobago, nas Caraíbas: Uma Casa para Mr. Biswas, de V. S. Naipaul
Uma casa para Mr. Biswas – A House for Mr. Biswas, no original – foi um dos primeiros livros escritos por V. S. Naipul e foi o que lhe trouxe notoriedade, apesar de dois dos anteriores (The Mystic Masseur e Miguel Street) já terem ganho prémios. O livro é bastante autobiográfico – a personagem de Mr. Biswas inspira-se no pai de Naipaul. É uma declaração de amor, escrita com a mistura de ironia e ternura, distância e empatia que caracteriza Naipaul e lhe valeu o Booker Prize, o Nobel e uma série de outros prémios.
Ler mais...
quinta-feira, 15 de agosto de 2013
Livro novo
Italo Calvino, Se numa noite de Inverno um viajante
quinta-feira, 11 de julho de 2013
Laguna
Haviam-se inscrito nesta visita muitos turistas provenientes de todos os hotéis de Bora Bora: eu, porém, era a única que ia sozinha. Por mais que olhasse em meu redor, os outros eram todos franceses e italianos reunidos em pequenas comitivas formadas nos respectivos hotéis. Japoneses nem um. A coisa não me preocupava por aí além, todavia - pequena de estatura como sou - o fact de estar na fila no meio daquela confusão fazia-me sentir um pouco deslocada. Depois de todos terem sido distribuídos pelos vários grupos, chegou finalmente a minha vez.
Ler por aí... em Julho 2013
segunda-feira, 27 de maio de 2013
Ler por aí... ao ouvido: rescaldo do baile de slows
As cadeiras estão colocadas no quintal de um lavadouro público, onde ainda se lava e estende roupa, e se conversa. Lavam-se e estendem-se intimidades.
Dou início às minhas manobras de sedução com um senhor de bastante idade. Convido-o a ocupar a cadeira junto à mesa, e sento-me na outra. Peço-lhe que se aproxime um pouco mais de mim. Quando os nossos corpos se tocam em vários pontos, vejo a sua expressão deliciada.
Peço-lhe que escolha um livro, e abro-o numa das páginas assinaladas. Enquanto lhe leio ao ouvido, percebo que fecha os olhos, e me toca no braço com uma das mãos. No fim, abre os olhos, a sorrir, e a sua mão mantém-se no meu braço. Trocamos mais algumas palavras, conta-me da sua paixão por bethoven e rachmaninov, enquanto aguenta o seu olhar no meu e a sua mão no meu braço. A sedução foi mútua. Adorei estar com aquele senhor e partilhar com ele palavras de amor. Ele renasceu, voltou a ser sedutor, reviveu velhas sensações, que talvez não sentisse há anos.
A seguir aproxima-se uma mulher. Peço-lhe que escolha um livro e abro-o numa das páginas marcadas. Leio-lhe ao ouvido um pequeno texto. Com os olhos fechados, pede que continue, e acabo por lhe ler quatro textos. A seguir, começa a recitar um poema em inglês. É meu, diz ela. Fico maravilhada.
Vem um jovem adolescente à cadeira vermelha, e leio-lhe ao ouvido um texto ousado muito curto, que o deixa embaraçado.
Uma mulher senta-se a seguir na cadeira vermelha, mas numa posição diferente. Ela senta-se de lado, encostada ao espaldar da minha cadeira, e falo para o ouvido dela enquanto estamos ambas voltadas na mesma direcção. Percebo que há todo um kama sutra para os sussuros.
A alguns, convidei no quintal para virem comigo, para lhes dizer "umas coisas" ao ouvido, e pedia-lhes que me seguissem até às cadeiras vermelhas. Outros aproximaram-se de mim no quintal, e perguntaram-me ao ouvido se lhes queria sussurrar.
A alguns, li textos escolhidos pelo acaso, a outros, textos escolhidos por mim, especialmente para a pessoa que tinha perante mim. Li confissões de amores para ser, lembranças de amores antigos, li dores de amores perdidos, e convites, vários convites que fazem sonhar.
Senti o outro muito próximo, senti o toque e o calor. Criei intimidade, fiz sonhar, dei e recebi. Com cada um dos meus pares, criei um momento e uma intimidade diferente, em que cada um de nós se sentiu único e especial.